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Implicações Clínicas das Mutações da Proteína Viral R na Progressão da Infeção por VIH Agosto2018 INFO


























































Figura 2. Vista esquemática do ciclo de vida do VIH-1.

As glicoproteínas de envelope do VIH interagem com 5. PROTEÍNA R VIRAL (VPR) DO VIH-1
os recetores CD4 para penetrarem nas células hos-
pedeiras. A membrana exterior do VIH funde-se com a A Vpr do VIH-1 é uma pequena proteína básica (14 kDa)
membrana da célula hospedeira, conduzindo à fusão constituída por 96 aminoácidos que é altamente conser-
vírus-célula hospedeira. O núcleo viral da cápside des- vada entre lentivirus de primatas, nomeadamente o VIH-1,
monta-se então e os ácidos nucleicos virais penetram VIH-2 e VIS (vírus da imunodefciência símia) . A Vpr foi
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no citosol juntamente com as proteínas do virião. A RT isolada há quase duas décadas 23;24 e diversos estudos ao
converte o ARN em cADN que é transportado para o longo dos últimos 20 anos demonstraram que se trata de
núcleo da célula hospedeira, onde a IN medeia a in- uma proteína multifuncional. Por conseguinte, foi relatado
tegração do cADN no ADN da célula hospedeira. A ex- que a Vpr apresenta muitas atividades biológicas, incluin-
pressão do ADN viral produz um polipeptídeo precursor do a modulação da transcrição do genoma viral 25;26 , a
que é proteoliticamente clivado pela protease do VIH indução da apoptose das células T e defeitos na mitose 27-
para produzir proteínas estruturais e funcionais madu- 29 , transporte nuclear do complexo de pré-integração do
ras. As proteínas irão então juntar-se ao ARN do VIH na VIH-1 (PIC) , facilitação da transcrição reversa , redução
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membrana celular, da qual brotarão para libertar novos da taxa de mutação do VIH transdução das proteínas
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viriões maduros. através das membranas celulares (Figura 3).
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