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INFO Agosto2018 Implicações Clínicas das Mutações da Proteína Viral R na Progressão da Infeção por VIH





















4. INFEÇÃO POR VIH-1 do genoma atua como um intensifcador e promotor
combinado para a transcrição pela polimerase II do
O primeiro passo no ciclo de infeção por VIH é a união ARN da célula hospedeira. A LTR na extremidade 3’ do
de uma partícula viral (SU) ao recetor primário CD4 e genoma ajuda a estabilizar estas transcrições median-
ao seu co-recetor CXCR4 (recetor 4 da quimiocina CXC), do a poliadenilação. Na falta do transativador viral Tat,
expressa nos linfócitos T ou CCR5 em monócitos/ma- a atividade do promotor basal na LTR 5’ é mínima. A
crófagos, DCs e linfócitos T ativados. Após o reconheci- transcrição inicial na falta de Tat é inefcaz e produz
mento do recetor, a TM altera a sua conformação para mARNs virais que são divididos em transcrições cur-
facilitar a fusão da membrana do VIH com a célula hos- tas, que codifcam as proteínas não estruturais Tat,
pedeira, levando à entrada viral (Figura 2). Depois de Rev e Nef que facilitam os eventos subsequentes no
fundir a célula hospedeira, as proteínas cápsides do ciclo de vida viral. O Tat recentemente sintetizado liga-
vírus fcam sem revestimento, o que dá origem à liber- se ao elemento de resposta de transativação (RTA)
tação de duas cópias do ARN viral e da proteína matriz, na extremidade 5’ dos mARNs do VIH-1 e transativa e
assim como das proteínas RT, IN e Vpr para o citoplas- amplia o processo de transcrição de outras proteínas
ma. Uma vez aí, a RT do VIH converte a cadeia de ARN estruturais virais . Ao mesmo tempo, Rev liga-se ao
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do sentido positivo em ADN de cadeia dupla, a forma elemento de resposta de Rev (RRE) nas transcrições
de ácido nucleico em que as células transportam os virais para facilitar a exportação nuclear dos transcri-
seus genes. O ADN do VIH recentemente sintetizado tos virais e genomas divididos ou não divididos sepa-
é importado para o núcleo, onde a IN do VIH ajuda a radamente . Estes transcritos divididos isoladamente
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dividir o ADN viral no ADN do hospedeiro. Esta forma codifcam Env, Vif, Vpr e Vpu, enquanto que os ARNs
integrada do vírus é conhecida como provírus . Uma não divididos são usados para tradução de Gag e Pol
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vez integrado o ADN viral no ADN da célula hospedeira, e como os ARNs genómicos para os vírus de progenia.
a célula, se ativada, irá produzir novas proteínas virais. Os genomas e proteínas virais exportados são insta-
Este processo ocorre copiando o ADN de volta para o lados na membrana plasmática. Após libertação da
ARN através de um mecanismo denominado transcri- célula hospedeira, a multimerização de Gag e Gag-Pol
ção, que é controlado pela célula hospedeira e pelos ativa a PR viral que converte estes viriões imaturos em
genes virais. Numa descrição mais detalhada, após a vírus infeciosos maduros 20;21 (Figura 2). Uma única cé-
integração do ADN proviral, as LTR nas extremidades lula pode formar milhares de partículas infeciosas de
do genoma viral irão regular a transcrição e a polia- VIH, seja cronicamente, ao longo de semanas, ou num
denilação dos mARN virais. A LTR na extremidade 5’ único surto resultando em morte celular.






























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